terça-feira, outubro 25, 2005




Nas Ondas do Mar





Aqui no dentro destas janelas neste canto que estou







canto que fico no envolvido que sou
em alma sentida assim confortada pelo mar
que ás ondas no longe do seu troar
um desejo a um beijo peço
que te vá encontrar para lá ficar
para lá
para onde ele voou

para lá
para onde eu vou







é aqui nesta sala canto em cor de lã
que descerro sonhos de nevoeiro vindos de longe
longe do tempo da noite pelo nascer da manhã
dos passos que me seguem para onde vou
e me desenham o caminho sozinho do que não sou

é manhã hoje em tons castanhos no azul de outono
tarde que em lã de janelas lareiras na demora
o abandono trazem em noite às labaredas acesas pelos meus olhos
esses olhos onde trago eu em mim
o olhar de ti guardado assim
em àguas cristal em sal aninhadas
nas ondas que indagam revoltadas lá fora

são como gotas brisas de maresia em sal
ventos que sibilam segredos no correr do teu rosto
como esta chuva que agora á janela aqueço
no frio das mantas de inverno agora em folhos
neste frio onde em voltares de ti
envolvo os meus olhos
também para me aqueçer a mim

ser sentir breves sentires eternos
como se um agora depois de o ser o fosse
palavras de um te querer aqui
palavras em beijos ao vento largadas
onde no longe de mim lá de fora
asas de plumas em liberdade o fossem
e voassem só para perto de ti
só para te ver

só para te o dizer








sejam palavras levadas pela brisa de mim
que em ti sentidas no mar seriam
palavras escritas de plumas em sol nascidas
como maresias de cristal em tempestades perdidas
soltas ao mar alto em lágrimas de nuvens que o sal apenas pediam
o sal onde pudessem escrever em áureas brisas de mar
e num procurar seu esta carta te entregar

como se se tratasse de uma carta em sal escrita
perdida no soprar das marés do mar
onde por cada letra do teu nome
e às ondas do mar
irá sempre ela por ti perguntar









Talvez afinal ela nunca te vá encontrar
quem sabe até um dia por ti ela vá passar
e tu que sem o saberes assim a vás ignorar
mas seja como for e onde o for
sempre que sentires o mar em brisas o teu rosto beijar
lembra-te que são apenas as ondas imensas deste mar lá fora
que aqui de dentro no canto onde estou
trago eu a saudade guardada por ti a procurar
no sempre desta carta de só por ti eu chamar





Solar Nature









quarta-feira, outubro 12, 2005




Vozes Sussurradas







São sabores em cheiros que me levam a querer





sabores que me pedem o desejar fosse eu
o desejar eu um sorriso teu
que num beijo soltar meu
fosse apenas eu
eu
eu onde nos meus olhos o azul do teu céu chovesse
para que quando a lágrima se soltasse
fosse eu
eu
quem a acarinhasse
eu que da infinitude dos teus a levasse
solta ao vento fragância e amarrada se afastasse
para que fosse assim eu
apenas eu
eu que no fundo profundo deste mar me perdesse
para que no aroma adocicado do teu rosto eu fosse
somente eu
eu em beijo de sal a procurar o encontrar
e no teu tocar sentir
um sorrir de carinho no teu olhar

Fosse assim eu o teu segredo em silêncio guardado
o acordar onde escondes tu a voz na manhã das estações
e os meus labios afogaria eu no apagar das luzes pela noite
pois do meu cantar
nasceria apenas a luz do teu luar
as vozes de um sonho teu
ao meu mar num beijo cantado

pudesse ter eu

tivesse eu mil corações e um sol de outono para te dar
que encheria de silêncio o espreitar escondido que traria
pois encolhido no quedo calado ficaria
assim baixinho a sussurrar
bem juntinho aos teus sonhos
onde pudesse eu ficar
pois era um só um aconchegar que pediria
para junto deles eu me sentar
e de ternura o teu sono pudesse assim eu guardar
até que o luar se fosse em promessas de voltar
e de sonhos o teu dia acordar








Tão longinquo se torna um segundo
para o campo que floresce ao vento liberto


segundos como desenhos numa tela em ti pintada
que em cores e aromas de mar subtilezas o são
em cheiros a terra molhada que na alma trazem guardada


e que na alma de um segundo a sonhar
sempre assim tão aninhada e aconchegada
no sempre de um coração por ela a almejar
é o seu nome que irá um dia em mar ela cravar





Solar Nature
















domingo, outubro 02, 2005




Sonhos de Sabor a Mar






Acredito na cor do mar





Com este nada de dizer
neste sem tudo a acrescentar
onde resta o silêncio de saber
de só por ti eu chamar





Solar Nature