sexta-feira, novembro 14, 2008




O Cantar da Saudade






Talvez me apeteça apenas o silêncio, o sibilar das brisas a cantar saudade
e o segredo do teu olhar, encanto meu e de todo um mar,
que das marés faz o seu cantar e de um verso seu,
o desvendar do tempo na sua idade,
deixando-me no espaço, a eternidade a gosto de um sempre
de um nele conhecer-te num amar e sabê-lo assim tão meu
quere-lo pequenino e também só tão teu

Sim. Talvez me apeteça apenas o silêncio,
o sibilar sussurrado dos teus lábios em mudas brisas
e que calam a surdez dos meus
na vontade do beijo calado,
como luares teus
em lugares meus

Ser terna ternura feita olhar
e num único olhar, saber olhar para o teu olhar

E amar,
amar-te, como se confessa-se a cada pétala do teu perfume
que apenas de uma única rosa nasceram
a rosa onde amanhã de novo acordarão o cristalino das águas
na cândura do lume,
no carinho de uma gotinha de água,
onde singelas e bonitas, principescas cresceram





E sabes. Há silêncios de silêncio que falam de silêncios de silêncio.
Olhares sabores a mar, quando um coração treme suspiros na mão o seu amar.
São esses os silêncios que escrevem amar nos teus olhos,
quando paramos caladinhos a beira-mar,
e o luar, apenas para que juntinhos possamos o infinito descansar,
escutar o olhar dizer que afinal,
amar é feito de mar e de luar
de lágrimas e sorrisos por confessar,
como toques de mãos, tímidos para não machucar
coração em pétalas ao alto para gritar esta grande dor
este zelar por cada lágrima feita deste mar,
desejada mel, feita papel

Este mesmo onde pelos instantes respiro o nome do teu coração no meu
sabendo que quando o chamar, ele estará palpitar na tua mão,
como pedaço de véu, levado pelo voar até ao céu de um teu sonhar

Alguma vez te tinha perguntado se sonhava o mesmo que tu gaivotinha alada de céu?
Nunca valeu a pena!!, é teu o meu sonhar, o meu mar e o meu olhar
este meu coração a gritar, calado, aninhado no véu no seu suspirar,
gritado neste carinho que sussurra baixinho este chamar
ao céu bradado





Sabes. Ás vezes dou comigo a levar-te pelos campos,
e não. Não há flores, nem abelhas, nem passarinhos a voar,
muito menos dores de lágrimas e distancias dissabores

Há sim os teus olhos,
esses olhos amêndoados de amêndoa que me fazem seguir o rio contigo num caminhar
eles, que me levam e fazem das cores do céu acompanhar
E fosses tu o céu e o teu olhar o meu véu,
que eu nada mais diria,
nada mais calaria,




Apenas te daria a mão e seríamos rio,
seríamos água pura cristalina em asas de ribeiros,
correndo regatos em nascentes, nascente a nascente,
espera marés lá de longe em poentes poemas só nossos
escritos feito horizontes de carinho levados pelo olhar calados
e onde ser pura neve, seja o branco alvo da tua pele
esse cândido ser saber embalar o sonhar no macio ternurento de uma nuvem,
que pelo acordar ela numa ternura ternura te entregue
e pelo perfume da tua pele, ela zele

Nuvem Algodão sonho feita do sono pesado da distância,
deste tão perto, que quando os rios choram,
tão perto ouço no rosto do meu coração, o mar a chamar

Por isso segredo às estrelas segredos meus
para serem também teus,
pois é o mar e o meu coração que te dei
pela minha mão





E se um dia eu os rios pensares que fiz eu chorar
mostro-te então, todo o sal que deste mar faço um guardar
para te mostrar,
Que serás eterna e efémeramente para todo o sempre
o meu único Amar.



(...)



E Ès... És tudo o que de mais importante eu guardo no meu coração... Por isso, Amar-te é assim pequenino, tão pequenino como uma pequena e intima fracção do tanto deste tudo que eu sinto por ti...
...este Tudo, o que para mim me faz ser e que na noite silênciosa e pela sua mão, me guia o tempo. Me leva até ao coro e à voz que me canta o nascer da mais bela rosa no perfume que ecoa pelos rios. Aquela que nas pétalas das suas pálperas, traz o orvalho cristalino de uma saudade feita nascente, e assim serena me encanta, ela que canta a luz em fios de cristal com que urde os mais belos mantos de constelações e pequeninas estrelas, em véus de céus, sabor a algodão-coração. E são tão pequeninas. Tão pequeninas que as espalha carinhosamente, uma a uma, pela palma da sua mão e onde só o seu coração aberto, juntamente com a realidade dos sonhos sonhados que foram, numa carícia, ternamente as sopra na candura de um olhar com maresias de mar, de sabor amar...




*A... (Forever....











Musika: Eri Sugai - "First Love"
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