quinta-feira, setembro 27, 2007




Murmurios De Mar Ao Luar







I-






Uma rosa com pétalas no sorriso dos lábios
assim me segreda a voz na manhã dos cânticos ao nascer
como se rios de aromas em águas de entrega levados
os lábios fossem nos olhos água para te poder ler
ao olhar o céu no abraçar de todas as manhãs por acordar
e levar-te os braços que se entregam e procuram nos teus
o querer do coração num abraçar
que um dia se quis mão


II-

E penso-te-me
penso-me leve brisa assim leve por escrever
ao pensar-te asa branca em azul céu de aroma mar para te ler
penso-te asa de olhar em rosto de segredos num véu etéreo por chamar
e um perfume por contar nos lábios beijados de segredos por murmurar
esse em que das manhãs leves brisas partem para te ver
quando te trazem ao chegar no teu rosto por acordar
esse beijo a soprar de um carinho por te saber
e de um tempo que há-de vir quando um olhar teu chegar

E lânguido é o soprar da brisa no rosto de um entardecer
esses princípios do final das tardes calmas vestidos num olhar
onde se adivinha no espreitar o amanhã que brota dos crepúsculos
o nascer da magia dos sonhos sonhados e dos que ficam por sonhar
na beira dos riachos entre os rios que se fazem de um caminhar
dos rios que levam na voz notas soltas dum marulhar
e o chamar sussurrado dos teus cabelos e do luar
para que quando o sol se perca em sonhos ao mergulhar
ao longe se faça ouvir distante o rumor
de uma serenata cantada ao luar vinda do mar
entregue num beijo ao luar


III-

E foi o mar salgado que mais ainda salguei
com cada beijo que te roubei e à distância soprei
pois foi no silêncio das ondas que te conheci
e que no segredo de um grito do seu marulhar eu te reconheci

E eterno será um dia o eclipse
um dia quando o mar um dia de dia
sentir um beijo da lua assim num luar


IV-

Sonhos por sonhar que acordam as noites a chamar
noites onde desenho pelos dias cada letra do teu nome
soletrando cada silêncio que trazes nos teus olhos
e que eu no meu coração gravei e em ternura guardei
quando o teu nome numa brisa escrevi
e no silêncio que te roubei um dia eu ta enviei

E é essa voz muda que me fala de ti
sussurros cantados em murmúrios escutados
que eu canto e escuto quando te oiço sorrir uma cor
a voz que nasce como se cada acordar fosse um nascer sem dor
e que no acalento de um adormecer de um sonho lento
por ela esquece todas as palavras em ti
como se rosa fosse em pétalas de estrela ao vento
que um dia no coração escrevi
para te dizer que quando eu morrer
foi só por ti
que eu morri









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