segunda-feira, março 06, 2006




Pensei-Te-Me Assim - Junto Ao Mar Aqui Junto A Ti






sentei-me
e no meu em ti pensar
enterneci eu um olhar

pensei-te-me





e pensei

pensei nos teus meus olhos onde corre o amanheçer
e onde num beijar como se um beijo voar fosse
escondes tu no olhar o luar ao acordar
nesse onde para ele corre o tempo
como culpa desejo de um meu querer
apenas para nesse beijo te ver
e com ele asas ganhar e ser voar

almejada presença a deste mar
estar de num só sonho alento meu
te fosse e vá assim num desejo encontrar
para junto de mim te trazer este chamar

e é nestes momentos

é nestes momentos que te quero abraçar
abraçar como se um morrer fosse nas suas ondas um renascer
para que sentir no meu ar o teu respirar
seja o mar que por detras dos meus olhos
sente a chuva que cai e nos marca os passos molhados em mel
molhados como gotas tinta em ondas de açucar papel
onde enternecido escrevo eu o teu nome
quando assim em doce me sento
e em ti eu penso





e é o teu nome que grita
o teu nome que quando por ti me pergunto quem sou
me responde em perguntas que faço a respostas que dou
tal como azul é a cor da liberdade do teu ser
branca que é nos céus onde paira o perfume dos teus gestos
esse cheiro aroma a passos molhados aos meus olhos
indeléveis no ver dos trilhos em subtilezas fragrâncias
que em cada ternura em que te libertas
um sorriso em aves soltas soltas lestas
ao horizonte de um céu que se abre num ver
aos olhos de quem assim por ti grita num querer

engraçado porque foram os meus olhos
estes teus olhos que te desenharam o sorriso
os olhos que levas-te quando para mim olhas-te e sorris-te
perdidos em ti quando ainda procuro onde estás
tristes por não saber onde deixaste o que fostes
e para onde levarás o que serás

aiii estes meus olhos
estes teus meus olhos

são os mesmos com que um dia acarinhei eu a noite
ao lhe escrever no olhar a luz de um luar
noite que em estrelas cansada e calada se sentou aninhada
sentada no carinho de um entardecer que lhe cantei
quando o mundo assim parou e os segundos cantou
no dia em que este meu olhar por ti se fechou
e um beijo do mar a fugir voou a voar para te encontrar

e sentei-me

sentei-me
aqui
onde nunca cheguei

de onde nunca parti

aqui
no onde embrulhei eu palavras e chorei
neste onde onde as levei e as murmurei
assim para perto de ti
bem aqui
onde um dia de dia me sentei
e de noite um dia me calei





e levei-as
levei nessas palavras o doce ao tempo
o tempo de que é feito silêncio o rio
esse rio escrito que foge para o amanhã
e que se esconde escondido em folhas do ontem
como se no cantar de todos os dias
as gotas de chuva do hoje pela manhã
fossem o presente doce que um dia ao tempo pedias

pois queria ser eu gota palavra e folha
doce para nunca mais um não esqueçer
fosse a memoria de assim te poder
todos os dias eu te ver

porque queria eu
ser eu o teu tempo
e o teu rio em estrela do mar
sem o fugir ou o esconder
queria apenas ser eu
eu o sorriso num cantar
o cantar dos teus dias num eterno abraçar
onde o escrever de um luar
fosse não mais que o seu refectir no mar
para que todas as manhãs tu o pudesses ler
num assim beijo carinho meu
no tão doce ver do teu acordar
quando em luz te beijo eu a cor desse teu olhar





mas como sempre
irei eu esperar por ti aqui
neste estar assim bem perto de ti
como se pouso de um sonhar meu fosse
assim sempre de ti bem pertinho
aninhado e quietinho
como um unico beijo por beijar
que para te tocar
fosse ele em brisa largado
todos os dias
ao sussurrar deste mar.




Solar Nature









Música - Sigur Rós "Viorar Vel Til Loftarasa"
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