quarta-feira, abril 04, 2007




Infinita Ternura







É parca esta distância que nos separa
esta metade dos meus sonhos que um dia
não senti, e que hoje procuro apenas em ti
É parca a distância que constrói a melodia deste longe
deste assomar à distância pelas janelas onde nos quedamos
e onde em horizontes infinitos de carinho de um tão perto
pelos caminhos voamos infinitésimos ao tempo sentido
ao tempo roubado no desaguar de um longe certo,
assim calcorreado pelas veredas dos rios em que traçamos mãos dadas
e mantemos brisas e assomamos maresias em esperanças
assim, neste mar desaguadas





É parca essa distância que nos separa em longe e perto
que me separa dessa metade dos meus sonhos que trazes em ti
e que nunca o longe perdido por inteiro, partido tão perto está
porque nunca assim o tempo foi metade tão perto e
e demorou ou passou nessa assim tão depressa
pois, nunca ele nos teus gestos se quedou
nem o carinho dos teus olhos, ele
algum dia abandonou

E em cada nascer do sol destas auroras,
por cada um destes sentimentos entregues ao olhar para longe
põem-se gentilmente a lua, perdidamente achada que foi
serena e agora repousada no seu leito, aninhada
em meiguice de sonos aconchegados no sonhar dos seus cabelos de luar
e pelo doce perfume do lençol alvo da noite
onde beijou ela candidamente cada uma das estrelas
em que dançaste tu um dia encantos no teu nome
bordados singela a ternura bela, por cada desejo meu
em que ternamente um céu estrelado te pintei
quando os meus olhos e pelo horizonte te os entreguei
para que à janela destas auroras e num assomar
podermos assim um dia ver
o sol da manhã pelas manhãs raiar

São apenas os olhos que se fecham para o sonho entrar
os mesmos que à noite esperam por ti e pela lua
para que esta nos leve o olhar e
nos traga o luar

São estórias do sonho de um mar por ti a cantar
feitas em marulhares de silêncio por calar
apenas escutados na mudez de um sentir
e na eterna simplicidade de um encantar





E o mar canta. Canta a lenta evasão do tempo
em notas carinhosas de melodias pelas marés finitas dos dias
dia a dia, como se onda a onda fossem a vontade
de um assim estar sempre bem juntinho a ti, num abraçar
num neste beijar a imensidão de um sentir
assim entregue e cantado por todos os dias
emprestado que foi a um chamar
e roubado num beijo que será pelos dias um beijar
se um dia o meu olhar te encontrar

E chamo por ti. Chamo por ti
quando te desenho e te entrego o meu coração
chamo, porque só assim ele levado na brisa soprado sente
o infinito de um mar um dia em ternura aconchegado
terno pelo tempo da tua alma escrito a maresia e aninhado
em telas vivas de saudade na palma da tua mão pintado
e para sempre no teu coração desenhado
ele que é asas de voar em mar
coração alado sem nome e no teu a sonhar


Chamo por ti
na chuva dos teus olhos em que te faço sorrir
e no sonho que liberto quando em asas te escrevo
asas, para que voes na liberdade que és
nesse sorriso que esboças no teu sorriso
esse sorriso do tudo que és e
de quem sempre serás,
esse sorriso que emprestaste um dia ao mar
e que eu te pedirei sempre,
para que também eu sempre por ele, te possa
assim e para sempre
pelos dias do meu tempo
nesse dia te encontrar






a ti que nunca foste
e a mim que nunca parti







O tempo mora nos infinitos, lá
nesse onde desde sempre
eu te conheci.






SolarNature





Photos: Galeria Flickr - Steinliland
Musika: "Sangha Way of Life" - Rainbow way