I-Gosto
gosto de caminhar assim neste azul branco e voar
correr azuis sem fim em asas que roubo ao tempo por mim
e nele saber que por instantes olho nos olhos meus para te ver
assim neste esquecer dos minutos em segundos tão livres de tão teus em mim
por sentir que um dia nascido infinitésimo apenas eterno se fez
em folhas de uma gota em musica escritas nos outubros de uma ternura assim
quando nasceu também o branco nos rios pelas folhas de papel
por todos os dias em que não escrevi o teu nome no azul do céu
no antes de que era feito o antes da minha pele
feito que foi que estava para ser um dia apenas e só tão só teu
como o branco do algodão que vi nas nuvens e que para ti colhi como se fosse meu
como um sonho em novelo num sono num zelo por ti que guardei teu em mim
e onde pudesse eu ainda mais perto do azul do céu ficar
para que pudesses tu os teus sonos um dia em serenos brancos descansar
e em lençóis de sonhos ternamente repousar
E no branco laço azul das paisagens sazonais pintadas a céu de algodão
nasceram assim nascentes de carinho nunca perdido de nunca elas encontradas
e no canto aquecido terno pelo coração guardadas em aguarelas à mão pintadas
Foi no sentir das mãos que se fez espalhar o teu perfume no aroma sazonal
esse aroma de um beijo feito sorriso de manhãs acordadas em luz pela luz de um sinal
e onde o branco que é todo o frio azul de um amanhecer auroras de perfume em lume
fosse apenas o do afagar das asas de uma ave em céu de tons azul por voar
reflectidas que são na cor nascida água em gotas de chamas no seu coração
e espelhadas em reflexos de estrelas onde dormiam espelhos em sonhos de algodão
no lago de cristal dos teus olhos onde adormeces-te tu céus horizontes no teu olhar
e que agora acordadas soltam brisas pelos rios que trazes escritos na palma da mão
e na cor do meu coração que um dia se fez mar por sonhar
em sonhos cor de nuvens de algodão cor de coraçãoII-E é sobre este céu tão em branco tão em azuis meu
que a maresia vem o dia amanhecer quando um sonho meu lhe grito eu
murmurado pelo calor gélido de uma manhã de outonos a nascer em cada acordar teu
no aconchegar singelo de uma folha em silêncios feitos de água gota que perdurou
esperado na cor das chamas de um outono nostálgico que ainda não chegou
Só para te ver
como um rio a correr
Só para aqui te guardar
no sempre do tão perto que está o infinito do céu
do horizonte do mar
E numa ternura te devolver às asas
aninhar-me no azul branco dos teus olhos
e dançar cada valsa que rodopia no teu coração
assim num sempre desses sempres bem juntinha a mim
no calor desprendido com que leves sopras sorrisos de algodão
em beijos breves que trazes escondidos pela mão
feitos segredo da cor dos teus olhos cor de coração
levado por ti contigo na ternura infinita de um olhar
e que eu sempre vejo quando os meus olhos fecho
quando os teus olhos sinto fechar
e o teu coração falar
Assim eu te possa sempre ver para comigo te levar
neste sempre de tão longe que tão perto de mim se faz
e onde sentir é enternecer em lágrima
a ave que grita a ternura no carinho que traz
a esta terra azul molhada de cristais em coração
de algodão como a nuvem que os meus lábios beijam
quando às estrelas por ti procuram e pelos teus olhos ensejam
para que estes olhos em instantes fechados assim o sejam
no sentir com que sempre eterna te senti
assim sempre no tão perto do onde um dia te vi
e que um dia de tão longe estarem de ti
se fecharam fechados e te trouxeram até mim
bem para aqui junto a mim
para bem juntinha de tiIII-E é aqui que eu sei que te encontrarei...
aqui nos rios eternos das encruzilhadas
onde os destinos se arrastam juntos
e o branco se torna no desenho de uma nuvem branca
no carinho com que se desenha cristalina a água
branca nos seus gestos teus ao passar
nesses olhos teus meus como azuis ao voar
como se uma ave no canto dos teus lábios fosse um mar
onde num sorvo lábios meus bebesse eu
da tua água uma lágrima e um beijo teu
para que azul o branco fosse também este um carinho
que num de sempre olhar teu
deixasse eu o branco por ver apenas pelo meu
no azul do céu que é o teu
E lembro
recordo no desfiar dos dias em que não estás
o que de ti tenho o que de ti em mim guardo
segredos em fios de água cristalina que me percorrem os olhos
e que me beijam os lábios em rostos de feitiços a sussurrar
esses que eu acarinho como ondas de um mar sabendo que é o teu olhar
que é o teu cabelo que me traz o luar e que faz a lua sonhar
neste meu acreditar que os teus olhos
têm somente este azul branco de uma cor no olhar
a cor do mar ao luar do meu amar
Brancos Cor
Em Algodão Cor De Coração
Solar Nature
Musika: Sigur Ros Album: ( ) - "# 8"
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