quarta-feira, maio 30, 2007




Infinita Ternura







É parca esta distância que nos separa
esta metade dos meus sonhos que um dia
não senti, e que hoje procuro apenas em ti.
É parca a distância que constrói a melodia deste longe,
deste assomar à distância pelas janelas onde nos quedamos
e onde, em horizontes infinitos de carinho de um tão perto
pelos caminhos voamos infinitésimos ao tempo sentido,
ao tempo roubado, no desaguar de um longe certo
assim calcorreado pelas veredas dos rios, em que traçamos mãos dadas
e mantemos brisas e assomamos maresias em esperanças,
assim, neste mar desaguadas
por este mar feitas lembranças.





É parca essa distância, que nos separa em longe e perto,
que me separa dessa metade dos meus sonhos, que trazes em ti
e que nunca o longe perdido por inteiro, partido tão perto está
porque nunca assim o tempo foi metade tão perto
e nela se demorou ou passou assim tão depressa
pois, nunca ele nos teus gestos se quedou
nem o carinho dos teus olhos, ele
algum dia abandonou

E em cada nascer do sol destas auroras,
por cada um destes sentimentos entregues, ao olhar para longe
põe-se gentilmente a lua, perdidamente achada que foi
serena e agora repousada no seu leito, aninhada
em meiguice de sonos aconchegados,
pelo sonhar dos seus cabelos de luar
e pelo doce perfume do lençol alvo da noite
onde beijou ela candidamente cada uma das estrelas
em que dançaste tu um dia encantos no teu nome
bordados singela a ternura bela, por cada desejo meu
em que ternamente um céu estrelado te pintei
quando os meus olhos e pelo horizonte te os entreguei
para que à janela destas auroras e num assomar
podermos assim um dia ver
o sol da manhã pelas manhãs raiar

São apenas os olhos que se fecham para o sonho entrar,
os mesmos que à noite esperam por ti e pela lua,
para que esta nos leve o olhar, e
nos traga o luar

São estórias do sonho de um mar por ti a cantar
feitas em marulhares de silêncio por calar
e apenas escutados na mudez de um sentir
na eterna simplicidade de um encantar





E o mar canta. Canta a lenta evasão do tempo,
em notas carinhosas de melodias, pelas marés finitas dos dias,
dia a dia, como se onda a onda fossem elas a vontade
de um assim estar sempre bem juntinho a ti num abraçar
num neste beijar a imensidão de um sentir e calar,
e que, assim entregue e cantado por todos os dias
emprestado que foi a um chamar,
roubado é num beijo que será pelos dias um beijar
se um dia, algum dia nesses todos os dias,
o meu olhar, o teu
encontrar

E chamo por ti. Chamo por ti,
quando te desenho e te entrego o meu coração,
chamo, porque só assim ele levado na brisa soprado sente
o infinito tão lá longe de um olhar
que um dia em ternuras de tão perto aconchegado foi,
pelas marés e pelas aves deste mar

Coração em barca a navegar pelo tempo no mar da tua alma
este com mãos de velas escritas a maresia e pelas brisas acarinhadas
sonhadas que são em telas vivas da saudade
um dia na palma da tua mão pintadas
neste meu coração desenhado e assim para ti soprado
ele que é asas de voar em mar
coração alado sem nome e no teu a sonhar


E Chamo. Chamarei sempre por ti,
na chuva dos teus olhos em que te faço sorrir
e no sonho que liberto, quando em asas te escrevo asas
asas, para que voes na liberdade de tudo o que és
nesse sorriso que esboças no teu sorriso
esse mesmo sorriso que emprestaste um dia ao mar
e que me orienta o guiar neste navegar
para que assim e para sempre
pelos dias do meu tempo
um dia num sorriso do mar
eu te vá encontrar






a ti que nunca foste
e a mim que nunca parti







O tempo mora nos infinitos, lá
nesse onde desde sempre
eu te conheci.







SolarNature





Photos: Galeria Flickr - Steinliland
Musika: "Sangha Way of Life" - Rainbow way




Post "patrocinado" pela Lycos - Http://homo.lycos.com









sábado, maio 26, 2007




O Teu Poema - A Madrugada







I

E o lento desabrochar da pele a ecoar no cantar das manhãs





esse macio de seda no sorrir que sempre renasce
cândido na frescura que nasce aos primeiros aromas matinais
na cor alva que é a cor terna de um único beijo feito em asas de voar
esculpindo brilhos estivais no carinho de uma carícia ao sentir lá longe
bem lá longe na distância do tão perto de um beijar
esse arrepio macio da pele que pela madrugada ela cor em cores irá .leve que é. tragar
aos tons do alvor na ternura das fragrâncias e um sorriso seu levar
das telas naturais escritas no vento e para ao seu rosto num afago assim entregar

Linda a flor que um dia suspirou
quando por fim o seu amor
em rosa flor respirou
e livre olhou sem dor
aos olhos do vento que a levou

E cantou
cantou amor à cor do mar e o toque que se sente macio ao olhar
quando a flor no ir das brisas a elas um segredo sussurrou
e a rosa nos olhos em repouso num carinho se guardou
para que do beijo nos seus lábios ao olhar se fizesse um calar
e do amanhecer assim em alvor gritasse ela o de um beijar
onde lá longe pelas marés bem lá longe se entregassem
as mãos dos poemas no aconchegar terno de um carinho onde se guardassem
suas pelo todo dos aromas fluídos aos caminhos em poemas
que exalam dos rios gotas de água em perfumes de alfazemas




II

E o AzulCéu entrega-se assim em bailados de sonhos ao embalar da tua voz





essa voz que acarinha gaivotas primaveras de mar
nas chuvas meigas das esperas trazidas pelas asas a voar de um teu encantar
como se lençóis alvos de nuvens fossem elas macias às maresias
as nuvens de gotas de amar que enchem os poemas pelos rios ao flutuar
e ao amor de cada ternura do teu rosto entregassem elas dos lírios a cor
no respirar de cada sussurrar às gaivotas a voz de um teu cantar

O cantar de um encantar pelo céu a rodopiar maresias de amar num dançar


E são gestos BrancoTernos os teus Estrela de AlgodãoMar
esses de um canto a cantar o encanto a um coração
na mão dada feita aurora de um beijar
no tocar das noites pelas manhãs num encantar

Nesse cantar das mãos em concha que acordam manhãs em aromas poemas
como este guardar dos sempres com que te levo o pranto em alfazemas
e que pelo manto de estrelas que teço em constelação
poemas escrevo nas cores da cor do meu coração
como se os lábios soltos num beijar me escrevessem o teu nome no olhar
e na mão que eu só por ele sabendo chamar assim abro ao infinito estar
das planícies escritas por gaivotas num seu único voar
a voar no seu voar todas as cores em cores na cor do mar

E é assim mão solta .entregue que é. dada que foi
manhã seja que sempre será a de uma noite a sonhar
dias de noite em noites de noite passadas em zelo por carinho acordadas
noites de luares estas que em vénias de insónias o luar aproveitou
e que por ela também ele e pela sua ternura se apaixonou
quando um coração na minha mão à mão desenhou
e da luz da estrela fez também ele e da luz do seu olhar o seu eterno amar
ao lhe entregar a luz da ternura que um dia pintou na minha mão
e me pediu para que a aconchegasse em carinho no meu coração
para que também assim ele pudesse ternamente a sua estrela abraçar
e ela o seu brilhar descansasse na luz do luar
os sonhos que aconchegados trazia no infinito do seu olhar

E cantou
cantou ele a manhã do céu no branco da lua onde repousaste tu o véu
estrela no céu a cantar o encanto pela voz do luar num encantar




III

E é neste Jardim





neste rumor leve do vento a ondular
que alva em brisa te oiço em mim
no encanto de uma rosa canto a cantar
e um segredo de jasmim a sibilar

Jardim rosa jasmim da tua alma
véu onde nasce o beijo de um segredo teu
e que no teu manto beijado em lábios de um vento soprado
são segredo de um AzulMar meu em AzulBranco teu num macio assim acarinhado
e pelas primaveras encontrado nos riachos que crescem e aos regatos levados
em breves ternuras suas gentilmente pelos caminhos murmurados
para assim poderem contar às águas crescentes
os nomes de todas as nascentes cristalinas dos poentes
que escorrem fins de tarde AzulBranco no branco das nuvens a falar
e pelo AzulMar das janelas olhar de tudo o que sentes
onde juntas na brisa e no azul pelas nuvens que se quedam perto do mar
olham os olhos nascentes que correm em luz nos olhos que olham poentes


E brisas belas amenas são na luz dos aromas
esses que espelham o céu dos teus gestos no véu dos meus olhos
e onde nos passos lestos a flutuar que levas tu no andar
cada traço cada desenho cada respirar meu parte para ti a voar
pois por cada caracter teu em ternura gravado
e pelos meus olhos cegos guardado
faço eu no acordar de cada descansar teu
um beijar meu pelas brisas levado e soprado
como se o AzulMar fosse os tons de BrisaCéu
que no AzulBranco das nuvens poisa todo o nascer do mar
e às nascentes mostra que são as marés e os rios essas onde nasces
que assim te fazem ser BrisaMar do meu respirar

Tal como este jardim RosaFlor de jasmim do mar que és
AzulMar como o céu no AzulBranco de um sonhar
que trago eu comigo para o levar em aconchego contigo
um dia por todos os dias nas brisas de um acordar
levadas em asas de um respirar AzulCéu
assim sempre para bem perto junto do mar




IV

E é minha a voz
é a minha voz essa a cor de um cantar por ti encantado
é ela a cor do jasmim que ouves quando te canto
embevecido ao respirar neste jardim todo o teu encanto
Flor jardim feita rosa de mim
quando no regaço cândido do teu colo à noite rendido te canto assim
neste encanto à luz da luz cantada de uma estrela encantada
que pelos caminhos em direcção ao mar me leva ela num chamar
pelo riscar riscado um dia na areia de um desenho que foi em coração desenhado
e da ternura de um carinho que assim nele foi para sempre guardado
lá naquela praia em ternuras macias de um leito singelo
num sonho um dia sonhado e em bordados cinzelado





E é esse o calar das asas que voa num adejar em mim
pelas brisas soltas de uma RosaJasmim de mar
que fazem o poisar dos teus olhos no teu rosto levado por ti
no AzulFlor de um teu descansar nos olhos de um olhar sem fim
esse que te trago num sonho meu de um dia poder ser também eu como o mar
como o mar onde desaguassem os teus segredos que assim guardado e calado eu seria
como os sonhos por sonhar que guardas calada e eu calaria
para que em todos os sonos eu te desenhasse neles a ternura
de um de sempre acordar assim acordada e que fosse nos teus olhos a candura
onde pudesse eu ver-te assim nela tão profunda e sonhada em mim
como se uma cor tua em mim viesse assim sempre reflectida de ti
por tanto ela sentir pelos dias que levas tu em ti de mim
todas essas cores com que te fazes assim por mim amada
nesse sempre tão sonhada e terna de uma única madrugada
eterna em mim e só por ti acordada








O desabrochar da pele em pétalas de alfazema e um poema









Solar Nature












quarta-feira, maio 23, 2007




Dos Rios e Da Cor Do Mar









E é a tua voz que assim oiço neste silêncio dormido.
É por ela que em cada gesto sentido eu nos meus gestos acordo rendido
ao trazer ela sussurrada a luz que me acende em carinho cada traço teu
quando no teu rosto um aroma teu de madrugadas faço eu meu
nas cores de um acordar meu por cada alvorecer teu

E tão perto esse rosto está que longe toca o intemporal
na companhia dos passeios em tela luzidia pelos dias ao fim do dia
onde desenho eu o toque de uma ténue e singela carícia numa delícia
tal como se a brisa que passa fosse um sopro de um beijo meu
quando pelo inicio das manhãs respiro eu da tua voz um carinho teu
e os meus olhos acordo assim aconchegados nos teus
pois da luz em cobertores brancos nos sonhos deitada e levada pelo dia
respiram eles distante a água dos rios que se adia
em aromas sonhos e anseios de maresia


E saio
vou voo rio na corrente que se espalha fluída em busca dos teus braços





olho a janela aberta com que pintei os tons das brisas
e os meus braços abro abertos e enjeitados ao ar num querer eterno abraçar
para que possa eu por cada respirar que ouço do vento fazer dele um chamar
e sussurrar-lhe em segredo que afinal é apenas de uma ternura
e do algodão das nuvens que trago eu assim comigo guardado no coração
que em tons de cristal meigo desenhei eu o teu rosto em carinho na minha mão
ao invocar-lhes o cristalino das águas fluídas ao cântico de um rio
e ao borbulhar da correnteza de um chão

E voo vou rio de mãos por caminhos cheios no desfiar dos dias
essas marcas feitas abertas rasgadas pelas nuvens que brincam em aromas
e uma cor...

A cor de uma gota que um dia ao acordar
sonhou ser rio ser correr e voar
Ser leito e céu para a levar
por entre as nuvens até ao seu mar

Água cor serena e terna
Eterna a gota deste rio
de cristal almejar a cor
do seu voar

A cor de um sonho de uma gota
a sonhar no sonho do seu mar








A cor de um Amar






Essa cor estrela embalada que é rosa luar a alumiar o azul deste mar
e que no seu colo aconchega o recolher dos rios junto à foz por chegar
como se grão de areia infinito ainda praia fosse por sonhar
e para sempre praia destino o seja no grão de areia deste meu amar
deste onde nas marés me perco perdido no perdido que fiquei
nestas ondas dos sempres da ternura do perdido que sempre estarei
porque um dia o aroma dos teus olhos eu toquei
e os teus sonhos também um dia eu abracei

E foi um dia
um dia nesses todos os dias em que os caminhos eram e são madrugadas em manhãs de ti
que nasceram aromas leves pelo respirar dos princípios de tarde que espreitavam
quando o crepúsculo tranquilo dos teus cabelos um só sonho para sonhar roubavam

Cabelos teus o luar solto com que espalhas assim o sonhar
esses reflexos ao luar que em luz de estrela me leva para longe o olhar
e que enternecido e estarrecido num apaixonar pelos céus eu me deixo guiar
neste único desejo de com ela correr voar e caminhar
bem juntos juntinhos no céu um dia até ao mar


Eu a Estrela e o Luar





E assim todos os sonhos por sonhar continuarão por todas as noites a chamar
por todas essas eternas e etéreas noites em que trazes tu o luar a ensinar
que enquanto num brilhar das ondas pelas marés se souber sempre um chegar
é no reflexo das estrelas sobre o mar que se aprende a sonhar





...e a sentir o que é Amar








SolarNature







Fotografia: 1,3 - Nate-San , 2 - Oemsel , 4,5 - n.a Galeria: Flickr
Musica: Oliver Shanti Project - Sijano Vodjani "invocation"









sexta-feira, maio 18, 2007




A Estrela...






É assim ao desfiar dos teus cabelos

tons final de tarde escritos
em silêncios de tons encostados

... juntos tocados

sentidos...





E sentires sentidos o são como calmarias aninhados
como ternura entregue ao canto de uns olhos encantados
que perdidos que estão amados encontrados são
em ternos quietos pertencidos
ao conforto de um só olhar a tocar
na beleza de um só sonhar onde se perde o olhar
esse que segura por dentro aceso
o momento de um momento partilhado a partilhar
esse estar de um beijo nas mãos dadas a brincar
encostadas no mar de um único e só olhar para lá a olhar





E é o desfiar dos teus cabelos que me segura as mãos
o passo parado no tempo que me acende o caminho que à frente corre
porque sempre quis as coisas bonitas para ti
como pintar à mão um ouvir-te sorrir e ver-te cantar
ou roubar ao tempo as palavras que sentia e que por ti sentiam
como se pedaços de cada letra rabiscos Milcores do coração
encontrados fossem no caminho escritos na palma da tua mão
na tua natureza no sacudir dos sonhos pelo sentir das noites
que conto eu em estrelas cantadas contadas únicas de ti
onde da sua luz em alma faço eu espelhos de ti
de luzes tons Milcores em reflexos de mim


E sinto-me...

sinto-me assim tão pequenino sabias
pequenino perante as palavras em que te encontro
perante o sentido do infinitamente sentido do sentir
onde levo no sentimento em mim todo o meu sentir por ti
mesmo quando não estás neste crepúsculo da insónia
e é no torpor de insónias que à tua luz eu fujo da escuridão e brindo
com todas as palavras com que no meu coração te canto
quando procuro não escrever a ausência do sono que não vem
e corro para ti na mão aberta na estrela e no encanto
na palavra e no pensamento de quem como eu .quem.
que cego sente e à estrela apenas lhe pede a sua luz
a sua luz à luz para que me leve para sempre o olhar
para que o leve e assim cego possa eu sempre no meu coração te guardar
e pelo teu sonho no para sempre de uma ternura e de um carinho
possa assim eu .cego. por ele velar






E é da luz das estrelas que te falo
aquela onde nos firmamentos se acendem as vontades
e as bermas guaridas são em naturezas coração sentidas
onde os dias nascem e se escrevem no brilhar das folhas à noite verdades
onde pelo meu coração desenho eu a tua mão
e tu com um sorriso apenas sussurras no embalo de uma canção


... que os cisnes brancos em azuis cantam
e que as estrelas para sempre de mãos dadas dançam...












Tindersticks - My Oblivion


She's my oblivion - it's to her I run
Out on the balcony - she waits for me
Out on the boundary - she smiles

She's my oblivion
Which way to turn?
The edges of our love are in the stars
And on the balcony
She waits for me
Out on the boundary
She smiles

Make this alive
Good days are back
Open your eyes when it falls
Come back to the air

I can't tell you what you already know
I can't make you feel what you already feel
I can't show you what's in front of you
I can't heal those scars

She's my oblivion
And my skin burns
Her hands all over me
She whispers:
The edges of our love are in the stars? (choir)

Good days are alive
Good days are back
Open your eyes when it falls
Come back to the air

So look down to the street below
Don't look up to the stars above
You look around
See what's in front of you
Don't look down, don't look down

Can you see the light?
It shines onto us tonight
Can you see the light?
It's all around you







...
Can you see the light?
It shines onto us tonight
Can you see the light?
It's all around you
...









Solar Nature









terça-feira, maio 08, 2007




Cores Manhãs Em Azuis Coração








Como é grande
é tudo tão grande





e como gostaria eu de me sentir perdido
perdido num dar-te a mão de um beijo fugido
e encontra-lo assim sempre escrito
escrito no silêncio deste infinito infinito
e escreve-lo de novo vezes sem conta
num outro escrever em mais azuis escrito
esse escrever no ler de um infinitésimo
o ver de um grito sentido
para que na ausência da brisa do respirar
um assim te fosse escrito em asas a chamar
para que nunca mais houvesse
quem me fosse lembrar
que o sal é também lágrima gota perdido
lágrima gota sentido em azul água fugido
que desliza e cristaliza no tempo
neste rosto que o mar faz confundir
e que em sombras um dia irá
ele em ternuras diluir




Engraçado
sempre gostei de pintar no azul
desenhar asas algodão em sincronias de coração
valsas de notas douradas em rodopios de salão





fossem talvez os meus olhos que cantavam
que auriam em pincéis de segundos que roubavam
a todas as telas que com as estrelas sonhavam
e que em todos os movimentos congelados
neles viam momentos de um sorrir em alma libertos
pertos reflectidos em azuis coloridos
coloridos de asas brancas em águas plumas belezas
nos demorados passeios no lago das infinitas certezas
como se o nascer do voar no canto dos cisnes
fosse no morrer do entardecer
o devir eterno na eternidade de uma estrela
de uma única estrela sempre estrela sempre eterna
e a renascer
num sempre a nascer

Estrela constelação ou galáxia que fosse

mas azul
apenas teria de ser azul
porque assim bolha azul de sabão
foi soprada pela brisa áurea do coração
para que um dia me pudesse dar num abraçar
o azul infinito do céu num dançar
onde me perderia pela sua mão
nesse tão profundo azul sentir do mar






E fossem os teus olhos as longínquas estrelas
essas que lá de longe me guiam no perto da noite
que por elas morreria eu num esvair de tons num azul feliz
por elas morreria eu feliz no final dos dias que não acabam
nesse sempre dos entardeceres em que me embalarias
no embalar em que te embalaria eu neste dançar
para que pudéssemos neste lago ouvir de novo os cisnes cantar
quando os meus olhos por ti e por todos os dias em mim
eu assim ao te olhar os teus dias para ti fosse fechar

E sim
esconder-me-ia pelos entardeceres ao entardecer
eu e a minha cor no frio gelado do mar
lá onde esses teus cabelos sempre brilhassem
como se leve fosse a brisa de um querer
nesse lugar onde os sonhos reflectem nas estrelas
todas essas estrelas que sempre eu irei admirar e pintar
as mesmas que um dia me guiaram e que me guiarão neste mar
onde todas as manhãs sei que irei eu
em azuis brancos de pétalas coração
asas lindas à mão pintar
em luz na luz do teu olhar

...

Pois presas que estão para sempre no teu abraçar
todos os dias no mar dos teus olhos elas sonham voar a sonhar
e esperam.esperam.que um dia numa manhã tua e nas aves que passam e voam a voar
elas com elas partam para ti e me levem a mim ainda a sonhar num seu voar
para que junto a ti e num carinho teu no todos os dias por pintar
possa eu um dia morrer e os meus olhos em ternura descansar
para que e para sempre nos teus olhos assim
possam elas por fim poisar e eu num beijo teu acordar.

...








Tons de coração

em cores manhãs



num beijo de verão







Solar Nature