segunda-feira, julho 30, 2007




Janela Cor do Mar










Da janela dos meus sopros
da minha dor e do meu sonhar
pintei eu um dia no azul do céu por voar
uma linda e simples gota em maresias de um lembrar

E foi leve luzidia de asas pequenina e fugidia
que assim em ternura eu a soltei dos meus olhos um dia
como brisa solta que fugia livre do olhar até ao mar
para que fosse asas de encontro a um teu encontrar
e lá te pudesse ela assim dos meus olhos contar e levar
todos estes desenhos em tela que guardam em riscados lembrares
a ternura de um único beijo meu
perdido de mim para um teu encontrar



E um dia ela voltou







Um dia voltou ela onda gota a pequenina gota onda
e trouxe-te nos lábios a saudade que sempre desejei tocar
trouxe-te ao te levar comigo para sempre onde estou
quando sei que te trago asas em mim para onde vou
pois só assim posso num respirar de ti
o teu nome pronunciar às águas do mar
como um simples e terno beijar


E é nesta janela assim do meu não esquecer
aquela esta sim de azul cor sabor a mar
que mora a certeza de só pelos teus olhos eu chamar
neste de sempre procurar eu querer de ti saber
porque sei que é só seu também o horizonte do meu ver
esse onde mora o coração que um dia se soltou do olhar
e que pinta o teu rosto na cor azul deste tão imenso mar







Solar Nature













quinta-feira, julho 19, 2007




E Assim Ficar...







Estar assim sentado contigo numa praia qualquer. Numa vida, num olhar. Num tocar e num eterno ficar.











Uma qualquer praia. Vida, onde pudesse eu num abraçar dos teus braços, os meus olhos dirigir num beijar para o infinito do horizonte e simplesmente lá ficar. Sabendo-te a meu lado. Sabendo-te sentindo que também e sempre, os teus algures por beijar também para lá estariam, também para lá se encontrariam. Pois de tão belos e carinhosos que o são, é de felicidade simples que se trajam eles, nesses vestidos simples com que vestem de carinho as noites e os dias, em asas de ternura de só por lá voarem, de só por lá se encontrarem. E Voar Além. Voar para lá. Para lá além, onde os olhares que partiram paralelos um dia, se encontram no toque da intersecção das almas num sempre. Neste sempre que de tão sentidos que o são, nasceu da serenidade do embalar dos corpos assim sentados na praia, quando juntos na vida estes se abraçaram num beijar, soprado pela maresia deste mar e tão ternamente roubado ao luar. Pois seria assim, seria assim que as ondas nos narrariam um dia ao de lá regressarem, toda esta Infinita beleza do silêncio cantado pelo mar, ao reflectir ele como um beijo, toda a eterna beleza do seu luar.








No cantar eterno de um mar,
Na eternidade de um beijo ao luar.





Solar Nature









terça-feira, julho 10, 2007




Cartas Ao Espaço e ao Tempo












Para Ti



O espaço e o tempo. Uma vida.



O espaço e o tempo. Hoje quis escrever-te sobre o espaço e o tempo, esses temas que cativam a imaginação como nenhum outro assunto científico, emocional ou simplesmente existencial. E no fundo com alguma razão de assim ser. Eles formam o palco da realidade, o próprio tecido do cosmos em que nos imiscuímos, pois toda a nossa existência - tudo o que fazemos, pensamos ou experimentamos, ocorre em alguma região do espaço, durante um certo intervalo de tempo. No entanto, ainda nos esforçamos por compreender o que são realmente o espaço e o tempo. São entidades físicas reais, ou simplesmente ideias úteis? Se são reais, são fundamentais ou emergem de constituintes mais básicos? O que significa o espaço estar vazio? O tempo tem um começo? Haverá uma seta que flua inexoravelmente do passado para o futuro, como a experiência comum nos indica? Deixo-te estas questões para indagares. E não. Nunca descures nunca o amor, a ternura e o carinho que guardas em ti e com que primariamente o deves sempre fazer e sentir, quando tal o fizeres. Realidades do coração, dirás. Natureza do sentir, direi.

E sabes, realizadores de cinema popularizaram-no através de histórias que envolvem mundos artificiais, mundos gerados por estímulos neurológicos cuidadosamente sintonizados, e que afirmam só existirem nas mentes dos seus protagonistas. Também muitos físicos e homens de ciências, se afirmam claramente cientes de que a realidade que observamos - a matéria que evolui no palco da vida, no palco do espaço e do tempo - poderá ter pouco a ver com a realidade - se é que existe alguma e que esta, sendo assim está algures lá fora. Eu arriscaria a dizer que talvez não seja esta mais que uma construção que escalonadamente fazemos, imiscuindo tempo e espaço no que de melhor temos e guardamos, com o que de melhor podemos e poderemos ainda alcançar com os outros e mais importante ainda, com alguém. Sempre na busca perseguida de uma felicidade que mergulhasse assim, na própria realidade que constrói. E em verdade, talvez assim mesmo o seja. Essa, a de uma realidade interior que por constantemente se aprimorar no sentir e refinar dos sentimentos, apenas anseia por respirar livremente toda a beleza das manhãs, ao espelha-las dessa forma no perfecçionismo imperfeito de uma eterna construção, de uma realidade externa por construir a cada instante, a cada segundo, e por cada mil anos de cada eternidade na senda do próximo instante por construir. E a ser assim, a realidade que nos rodeia é não mais, que a realidade única que construímos na busca quando assomamos aos olhos da felicidade, pois de nada vale mascararmos realidades se por elas não morrermos em nome da sua verdade. E dirás tu, querer voar. Aprender a saber sonhar, direi eu.

Mas no entanto e neste contexto, também as observações têm de ser levadas a sério. Para tal, escolhemos dados incontestáveis e a estrutura das matemáticas como nossos guias nesses caminhos externos de nós - não a imaginação sem restrições ou um cepticismo ilimitado, e de uma forma natural procuramos acima de tudo, as teorias mais simples que nos expliquem o simples que somos, e o simples que sentimos, pois são no entanto estas também, as de maior alcance, aquelas que são capazes de nos diluir como ser humano racional e ser humano emocional na dicotomia em que como seres humanos que somos assentamos. E só assim, só dessa forma, podemos prever o resultado das experiências de hoje e as do futuro, desse amanhã que nasce do presente e nos recorda o ontem . E só assim baseados nesta simplicidade e naturalidade, podemos restringir drasticamente todas as teorias que procuramos para nos entendermos a nós e aos outros, no contexto lato de uma realidade que tomamos como nossa e cuja derivação que fazemos desta do espaço e do tempo, nos fará senti-la como única, nossa e desde sempre eterna pertença. Porque eterna será a senda desta pelos caminhos da verdade e da felicidade. Utopia da realidade, dirás. Caminhos da felicidade, chamar-lhe-ei eu.


Assim por tudo isso, e porque a carta hoje já vai bem longa, acabarei parafraseando o coração, onde poderei com toda a verdade afirmar o sentir - de que é para mim uma honra e uma felicidade enorme, poder partilhar contigo e com um planeta, um sentimento e uma vida, na envolvência de uma realidade única. Realidade que ao se construir em cada instante, segundo a segundo, respiração por respiração, é neste mesmo espaço e neste mesmo tempo, não mais que a realidade com que o cosmos nos brinda o sentimento com a sua existência, e que nós com a nossa e com o Amor de cada um nós, também a ele e assim, o enriquecemos na eterna e divina eloquência de uma vida.



Respeitosamente, solto um beijo às brisas do tempo, para que te encontre no espaço onde me iluminas tu a vida com a felicidade de uma simples e eterna ternura sentida.



*A...




Solar Nature