E aqui estou, continuarei...

sentado por ti a esperar,
vazio sem o querer sentir
perdido para sempre nesta ilusão, sem nunca sequer to pedir
aqui estou, e estarei
defunto nos teus braços
prostado na adoração,
de perdido que estou no teu coração
balbucio a escuridão, em nomes que esqueci
em nomes, que ao lento definhar da memória
apaguei as manhãs de primavera,
tudo para me lembrar que de ti nunca me esquecerei
e que enquanto aqui espero sentado,
contigo espero o sentido desta minha espera
Sempre te amei, porque sempre te odiei
e em ti, sempre li a duvida e perguntei, se algum dia houve em que me amas-te
a resposta perdeu-se na espera, porque ainda sinto que nunca me odias-te
sabes, perdes-te e eu ganhei
perdeste no estar do meu esperar
perdeste, no dia em que o teu ódio eu irei ganhar
no dia em que, quando por ti chamar e não mais te encontrar,
eu sentir que comigo tornares-te a sonhar
mesmo sabendo, que não mais te irei acordar,
perdeste, porque sempre me tiveste
e nunca me abandonáste, pois comigo aqui sempre esperaste,
eu, em sonhos de pó,
ganhei apenas porque não tenho medo de ti
porque sempre te adorei e por ti esperei,
mas afinal, o que fomos enquanto somos,
continuamos a esperar sentados
em vazios acompanhados, sem nunca o querer sentir
sempre iludidos,
sempre sem nunca sequer o pedir, ou desejar

"leva-me apenas quando o Sol partir,
quando o Vento me chamar"
Pharaoh